Na última década, o abandono escolar diminuiu significativamente em Portugal. Em 2022, a taxa de abandono precoce foi de 6%, ultrapassando já a meta europeia de 9% prevista para 2030

A análise da evolução da taxa de abandono precoce da educação ou formação, dos jovens entre os 18 e os 24 anos – também designada por taxa de abandono escolar precoce –, é fundamental para averiguar se as medidas implementadas aos longo das últimas décadas, no sentido de promover uma maior escolarização da população portuguesa, estão a ter o impacto desejado.
Este Insight analisa a evolução deste indicador em Portugal, ao longo da última década, e compara os valores de abandono precoce dos jovens portugueses com os dos restantes países europeus.
Em 2022, cerca de 6% dos jovens entre os 18 e os 24 anos não tinham completado o ensino secundário e não se encontravam a estudar nem participaram em qualquer tipo de formação. Estes jovens abandonaram a escola sem qualquer qualificação que os prepare para o mercado de trabalho.
O decréscimo do abandono escolar precoce na última década representa um dos progressos mais relevantes na educação em Portugal. Em 2011, o mesmo indicador fixava-se nos 23%, ou seja, num período de 11 anos, verificou-se uma notável redução de 17 pontos percentuais. Esta evolução é particularmente positiva e está associada às melhorias verificadas na conclusão do ensino secundário e da progressão para o ensino superior.
A redução do abandono precoce está, certamente, associada ao alargamento da escolaridade obrigatória até aos 18 anos de idade, em 2009, e, igualmente, à expansão da via profissionalizante do ensino secundário.
A taxa de abandono escolar precoce foi, em 2022 como nos anos anteriores, significativamente mais baixa nas mulheres (3,9%) do que nos homens (7,9%). Não obstante, a diferença na taxa de abandono precoce da educação ou formação, entre homens e mulheres, tem vido a decrescer (de 10,4 pontos percentuais, em 2011, para 4 pontos percentuais, em 2022).
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