Inicialmente, proposta do executivo de Luísa Salgueiro queria apenas abrir espaço para intervenções de cidadãos da sociedade civil, mas perante as críticas da oposição e até ameaças de boicote às cerimónias, a autarquia voltou atrás e vai manter o modelo tradicional das comemorações
A presidente da Câmara de Matosinhos justificou ainda o novo modelo com “o intuito de abrir a sessão solene à participação da população, permitindo que aqueles que não têm voz nos órgãos autárquicos a pudessem ter nesta sessão”.
Nessa missiva enviada aos partidos com representação na Assembleia Municipal, Luísa Salgueiro diz ainda que “o executivo apresentou uma mera sugestão de programa” com o objetivo de tornar a sessão solene das Comemorações do 25 de Abril mais participativa. A ideia do município era que as intervenções ficassem a cargo de uma criança do 4º ano, uma mulher que aprendeu a ler na idade adulta e um jovem representante da Assembleia Jovem.
Em exclusivo ao Porto Canal, Luísa Salgueiro lembrou que foi a primeira autarca em Matosinhos a incluir os discursos dos deputados municipais nas comemorações de 25 de abril. “O senhor presidente Narciso Miranda, o senhor presidente Manuel Seabra e o senhor presidente Guilherme Pinto nunca, nestes mandatos, houve possibilidade dos membros da Assembleia Municipal intervirem nas comemorações, só nos meus mandatos”, assinala a autarca de Matosinhos.
Luísa Salgueiro acrescenta ainda que a primeira vez que houve uma sessão pública com os membros da Assembleia Municipal foi em 2021, em formato online, e depois em 2022 em formato presencial. “Estou muito à vontade relativamente a esta visão da participação ou não das forças políticas”, reitera.
Quanto à proposta em si, a presidente do município de Matosinhos diz que “parecia mais vantajosa”, uma vez que “quase 50 anos depois do 25 de abril temos que perceber que não podemos manter os modelos fechados, tradicionais em que as pessoas já não se revêm”. “Temos que criar modelos em que as próprias pessoas sejam protagonistas, que as crianças, os jovens ou as mulheres mais emancipadas possam usar da palavra porque isso é que é verdadeiramente o espírito da revolução”, acrescenta Luísa Salgueiro.
Partidos chegaram a admitir “boicote” às cerimónias.
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