13 de abril, Câmara de Matosinhos; 14 e 15 de abril, Museu Nacional de Soares dos Reis
No âmbito das celebrações do centenário da morte de Aurélia de Souza, o Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos acolhe ontem, dia 13 de abril, o primeiro de três dias do “Congresso Internacional Aurélia de Souza. Mulheres Artistas em 1900”. A Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro, procedeu na manhã de ontem à abertura do certame, que terá continuidade nos dias 14 e 15 de abril no auditório do Museu Nacional de Soares dos Reis. A acompanhar a presidente da autarquia na sessão de abertura estiveram também Raquel Henriques da Silva, do Instituto de História da Arte (IHA) da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, e António Ponte, do Museu Nacional de Soares dos Reis. Luísa Salgueiro referiu-se à vasta programação que integram as celebrações do centenário da morte de Aurélia de Souza, salientando o trabalho em conjunto das várias instituições envolvidas. “Tenho orgulho em sermos capazes de, humildemente e num trabalho conjunto, divulgarmos uma figura incontornável como Aurélia de Souza”. A jornada de trabalho teve depois o seu seguimento com o painel “Aurélia por Aurélia”, moderado por Raquel Henriques da Silva. Este congresso internacional é uma oportunidade única de apresentar não apenas a obra de Aurélia de Souza e o seu papel enquanto mulher-artista, à luz da interpretação de vários investigadores nacionais e internacionais, mas também de conhecer outras mulheres artistas esquecidas pela História e História da Arte. Aurélia de Souza (1866-1922) é uma das personalidades mais marcantes da arte portuguesa, na transição do século XIX para o século XX. A sua obra assume alguns dos grandes temas da pintura europeia da época, sendo de destacar a prática continuada do autorretrato e da autorrepresentação que se alarga à construção de narrativas pictóricas que envolvem a casa de família e as suas gentes. Outro aspeto original da obra de Aurélia é a prática da fotografia como componente, com assinalável grau de autonomia, do trabalho da pintura. Aurélia foi aluna brilhante da Academia de Belas Artes do Porto e completou a sua formação com uma estada em Paris onde frequentou a Académie Julian (acompanhada pela sua irmã, também pintora, Sofia de Souza). Bem relacionada com o meio artístico e cultural portuense, participou também, em exposições em Lisboa, na atitude determinada de se afirmar como uma pintora profissional num meio predominantemente masculino em que as mulheres artistas não deviam ambicionar mais do que o estatuto benevolente de amadoras. Recorde-se que a Câmara Municipal de Matosinhos, parte integrante das comemorações, apresentou já em 2022 a exposição “Aurélia de Souza. Do que vejo” no Museu Quinta de Santiago e tem, atualmente, várias obras da sua coleção expostas no Museu Nacional Soares dos Reis, na mostra dedicada à artista, “Aurélia de Souza, Vida e Segredo” patente até 21 de maio. Mais informações e programa completo do “Congresso Internacional Aurélia de Souza. Mulheres Artistas em 1900.” em https://aureliadesousa.weebly.com/
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