Dos 45 ex-trabalhadores da Petrogal que permanecem desempregados, 30 poderão ter acesso ao curso gratuito de maquinista. De acordo com a Câmara de Matosinhos, será o Fundo para uma Transição Justa a pagar a formação, que custaria 30 mil euros a cada um
Nem todos os ex-trabalhadores da Petrogal quererão ingressar no curso de maquinista, nota o vice-presidente da Câmara de Matosinhos, Carlos Mouta, mas dos 45 funcionários despedidos da refinaria de Leça da Palmeira, em Matosinhos, e que permanecem no desemprego há vaga para pelo menos 30. De acordo com o autarca, decorrerá, em primeiro lugar, um "processo de seleção e recrutamento para exames" e será consoante os resultados obtidos que os ex-trabalhadores poderão ou não ingressar no curso de maquinistas. Ninguém poderá aceder à formação com vínculo contratual. "Nesses casos, se for selecionado, tem de desvincular-se", clarifica o autarca.
Haverá outras formações disponíveis, acrescenta o vice-presidente, mas esta durará entre seis e sete meses, sendo que os dois últimos serão práticos. O curso de maquinista terá sido sugerido pelos trabalhadores, uma vez que o salário associado a esta profissão estará num patamar equivalente ao do vencimento que recebiam enquanto funcionários da Petrogal. Apesar da especificidade do trabalho que desempenhavam na refinaria, Carlos Mouta nota que "a maioria terá o 12.º ano", não encontrando profissões com salários tão altos quanto os da Petrogal.
Conduzir "qualquer comboio da Europa"
Durante a formação, todos os admitidos terão acesso ao salário mínimo nacional, subsídio de alimentação e deslocações pagas. O curso será pago pelo Fundo para uma Transição Justa, via Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), como resultado de uma candidatura àquele instrumento financeiro. A despesa total rondará um milhão de euros.
Se cada um dos ex-trabalhadores da Petrogal tivesse de suportar os custos deste curso, a despesa rondaria os 30 mil euros. A elevada despesa justifica-se com o facto de, uma vez concluída a formação, os trabalhadores poderão conduzir "qualquer comboio em toda a Europa".
O Fundo para uma Transição Justa transferirá, a Matosinhos, uma verba de 60 milhões de euros. O impacto negativo provocado pelo encerramento da refinaria ascende aos 220 milhões de euros.
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