Exposição assinala 1º aniversário do conflito na Ucrânia
Um ano volvido do início da invasão da Ucrânia pela Rússia, foi inaugurada a exposição “Os Dias da Guerra”, no exterior do Mercado Municipal de Matosinhos. A exposição apresenta fotografias da autoria do fotojornalista Rui Caria que, ao longo dos 40 dias ao serviço da SIC na Ucrânia, registou momentos de dor, sangue e morte. “São 20 fotos, mas podiam ser 200 ou 2000. A seleção não foi fácil. Quis transportar um pouco da experiência que vivi e do que senti na minha passagem pelas ruas da Ucrânia. Trazer esta imagens para a rua é representar o que eu experienciei”, conta Rui Caria. “Não vou dizer “espero que gostem” porque na verdade não se espera que alguém possa gostar de observar imagens como estas. Mas espero que sirva para despertar sensações, para causar espanto. O espanto é o caminho para o não esquecimento. Por isso, espero que as pessoas ainda se consigam espantar com estas imagens que escolhi para expor. Nunca se esqueçam, pode acontecer a qualquer um e em qualquer lugar”, acrescentou o fotojornalista. A acompanhar as imagens estão textos da autoria de Manuela Niza. “Pretendeu-se dar a imagem das pessoas, daqueles que sofrem todos os dias, do sangue, das vísceras, da perda, da morte. Quisemos mostrar o horror das vidas despedaçadas que acontece hoje, em pleno sec. XXI pelas mãos de um homem”, explicou. A inauguração decorreu na manhã de sexta feira, dia 24 de fevereiro, e contou com a presença do vereador da Cultura, Fernando Rocha, da vereadora do Desenvolvimento Económico, Comércio e Turismo, Marta Pontes, e do vereador do Desporto, Vasco Pinho. Seguiu-se uma atuação do cantor lírico ucraniano Serhii Alkin, refugiado em Portugal e acolhido por Matosinhos. À tarde, quem visitou a exposição foi a ministra adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, a vice-presidente do núcleo do Porto da Associação dos Ucranianos em Portugal e responsável pelo Centro Infantil Vinoshok, Lyudyla Artysh, e a Cônsul da Ucrânia no Porto, Alina Ponomarenko. Na visita estiveram também a presidente da Assembleia Municipal de Matosinhos, Palmira Macedo, o vice-presidente da Câmara Municipal, Carlos Mouta, o vereador da Cultura, Fernando Rocha, e o administrador da Matosinhos Sport, Henrique Calisto. Carlos Mouta lembrou que, há um ano, a primeira preocupação foi implementar uma resposta de emergência, ao nível da prestação de cuidados de saúde física e mental, alojamento e alimentação, roupa e higiene. Seguiu-se o apoio à integração das crianças nas escolas, o ensino da língua portuguesa e o apoio na inserção no mercado de trabalho. Atualmente, vivem 179 agregados familiares oriundos da Ucrânia no concelho. O apoio que a autarquia prestou no acolhimento dos deslocados foi, de resto, elogiado por Lyudyla Artysh, salientando que “a vida nunca mais voltará a ser a mesma”. “Não tivemos outra escolha senão lutar e defendermo-nos contra o agressor. Temos o direito de sermos livres e de escolher o nosso próprio caminhos. A paixão pelo nosso país, pelo nosso povo, dá-nos força para resistir”, afirmou a vice-presidente do núcleo do Porto da Associação dos Ucranianos em Portugal. Também a Cônsul da Ucrânia no Porto abordou “o genocídio do povo ucraniano” e a “destruição da nossa identidade e valores” pela Rússia no último ano. “A Ucrânia luta por uma Europa livre e democrática”, referiu Alina Ponomarenko. Já a ministra adjunta e dos Assuntos Parlamentares destacou “a coragem de um povo que não baixou os braços, que continua a lutar pela liberdade”. “Os sonhos já não são os mesmos, mas é preciso continuar a sonhar”, defendeu Ana Catarina Mendes. A sessão terminou com a atuação do cantor lírico ucraniano Serhii Alkin. A exposição “Os Dias da Guerra” está patente até 26 de março.
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