Apenas 9,6% da água que entra nas redes de abastecimento de Matosinhos é desperdiçada devido a avarias, roubos ou desvios de água. Matosinhos está entre os cinco concelhos que conseguem valores inferiores a 10% nas perdas de água
É um resultado histórico, para Matosinhos, e muito raro em Portugal: apenas 9,6% de perdas de água nas redes de abastecimento. O valor foi registado em setembro, trazendo uma melhoria significativa face ao último recorde matosinhense: 10,8% de perdas, no final do ano passado.
Estes desperdícios de água são medidos através do indicador “Água Não Faturada”, que calcula toda a água que entra na rede de abastecimento, mas que nunca chega aos consumidores. Os motivos para que as perdas aconteçam são vários e dividem-se em dois grandes grupos: por um lado, os problemas que podem acontecer ao longo da rede (fugas, roturas, derrames em reservatórios, entre outros); por outro lado, as perdas que acontecem junto do consumidor, como os consumos ilícitos ou deficiente contabilização devido a contadores obsoletos.
Em 2007, antes da operação da INDAQUA Matosinhos, o volume de perdas no concelho chegava aos 37%. Nos 15 anos seguintes, a redução alcançada pela empresa permitiu poupar mais de 66 mil milhões de litros de água – a quantidade necessária para abastecer Matosinhos durante seis anos e meio.
“Na INDAQUA Matosinhos, implementamos várias estratégias, muito associadas à tecnologia, para monitorizarmos a rede de abastecimento de forma contínua. Desta forma, conseguimos perceber quando acontecem avarias ou outros problemas que possam levar a desperdícios de água e, desde logo, a nossa equipa vai ao terreno para corrigi-los. É um trabalho diário para sermos o mais eficientes possível na utilização da água – um bem que é de todos e cada vez mais escasso”, explica Tiago Fragata, Diretor Geral da INDAQUA Matosinhos.
Num momento em que todo o território continental português está em seca e cerca de 40% em seca severa ou extrema, a poupança de água tornou-se uma necessidade urgente. Contudo, de acordo com os dados do regulador relativos a 2021, as entidades que garantem o abastecimento em Portugal continuam a registar perdas médias de 28,8%.
“Em Matosinhos temos levado a cabo uma política de gestão dos recursos hídricos através da implementação de uma série de iniciativas que visam a redução dos consumos de água. Entre outras, iniciamos a monitorização de consumos em equipamentos municipais, otimizamos os sistemas de rega, fazemos a gestão dos fontanários e desenvolvemos inúmeras ações de sensibilização junto da população. Os resultados que temos tido são muito relevantes”, afirma Luísa Salgueiro, Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos.
“Os números apresentados pela INDAQUA, que revelam mínimos históricos de desperdício de água na rede, deixam-nos muito satisfeitos e são o resultado do esforço que temos vindo a fazer neste domínio”, conclui.
De recordar que, na média de concessões operadas, em 2021, pela INDAQUA (Santo Tirso/Trofa, Vila do Conde, Santa Maria da Feira, Matosinhos e Oliveira de Azeméis), as perdas de água ficaram pelos 14,3%. De acordo com os dados da empresa, em 2022, esta percentagem foi reduzida para os 12,4%, contando com uma melhoria generalizada do desempenho e já com as mais recentes concessões do grupo: Barcelos, Marco de Canaveses e Paços de Ferreira.
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