O grupo liderado por Pedro Pinto comprou por cerca de dois milhões um conjunto de seis edifícios devolutos na Rua do Cativo, na zona da Batalha, para ali construir novo polo cultural e turístico
O grupo Lionesa vai ter um novo projeto no centro histórico do Porto. O grupo de Pedro Pinto – dono do centro empresarial em Matosinhos onde está a investir 100 milhões de euros, detentor de 51% da famosa livraria Lello e que está a revolucionar a Rua do Loureiro com projetos culturais e de comércio – comprou por cerca de dois milhões de euros um conjunto de seis edifícios devolutos na Rua do Cativo, na zona da Batalha, para construir um novo projeto turístico e cultural.
Pedro Pinto conta ao ECO que os edifícios foram comprados com um projeto de habitação coletiva já aprovado pela Câmara do Porto, mas o futuro dos imóveis será outro. “Não somos promotores e não nos identificamos com esse projeto. Não será esse o projeto final pensado” para aquele local. O empresário conta que “será entregue na Câmara um novo projeto” focado em comércio cultural e turismo, que deverá avançar “depois de 2025”.
Antes disso, o grupo que conta cerca de duas décadas de atividade quer terminar até ao próximo ano os projetos que tem em marcha no Mosteiro de Leça e planeia inaugurar no final de 2025 o polo cultural na Rua do Loureiro. Naquela artéria, situada junto à estação ferroviária de São Bento, está a requalificar 20 edifícios para receber exposições culturais e residências artísticas, e outros serão transformados em apartamentos turísticos de luxo.
No entanto, ainda este ano, em setembro, os edifícios adquiridos na Rua do Cativo, descrita como uma “zona de luxo da cidade medieval”, vão ser palco de uma exposição de artistas portuenses do século XIX e do início do século XX. “Temos uma parceria com um museu da cidade e vamos aproveitar as 36 janelas e as 18 portas” dos edifícios para “fazer nascer uma exposição”, frisa Pedro Pinto.
Na última versão do licenciamento aprovado pela Câmara do Porto, cujo titular é a Respalda (empresa de engenharia do grupo Lionesa), o projeto previa “unificar e ampliar os seis edifícios para construir habitação coletiva e comércio no piso térreo”, num imóvel que “terá cinco pisos acima do solo e um piso subterrâneo”, por onde vão estar distribuídos 12 fogos, a que se somam oito lugares de estacionamento.
No total, de acordo com a documentação consultada pelo ECO, tem uma área de construção prevista de 2.265 metros quadrados. O empresário nortenho indica, porém, que deste licenciamento irá aproveitar apenas a área de construção.
O ECO sabe que a data da escritura dos seis imóveis é de 20 de outubro de 2022. Segundo a Câmara Municipal do Porto, “encontra-se em curso desde 2018 um pedido de licenciamento de obras” para aquele empreendimento, tendo sido a última versão validada pela autarquia liderada por Rui Moreira a 17 de fevereiro deste ano.
Em resposta ao ECO, a Câmara diz que o projeto de arquitetura “recolheu parecer favorável de todas as entidades consultadas”, mas que durante a execução da obra a Respalda teria ainda de realizar uma “intervenção arqueológica, contemplando sondagens de avaliação prévia, acompanhamento em fase de obra e registo de edificado” e apresentar uma “nota técnica ou relatório preliminar das sondagens prévias, com as medidas de minimização de impacte arqueológico a adotar em fase de obra”.
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