Autarquia quer simplificar processo de construção
A Câmara Municipal de Matosinhos é a primeira autarquia portuguesa a iniciar o processo de implementação de “Building Information Modeling” (BIM), nos seus projetos de obra nova e manutenção de edifícios e via pública, de uma forma estruturada e abrangente. O BIM é uma ferramenta que permite melhorar a eficiência e a qualidade do processo de construção, reduzindo custos e melhorando quer a comunicação entre os envolvidos no projeto quer a sustentabilidade global dos ativos municipais. Com esta ferramenta, melhorando em cerca de 10% a produtividade na autarquia, será possível poupar por ano entre 4 e 7 milhões de euros, verba que poderá ser reinvestida na melhoria da qualidade de vida dos munícipes. A BIMTec é o parceiro da autarquia na implementação deste projeto. No passado dia 24 de março, decorreu o primeiro seminário de implementação da metodologia BIM em projetos de construção de edifícios, rede viária e outras infraestruturas do município, que contou com a participação de cerca de 60 técnicos da autarquia. Este é um processo pioneiro na Administração Local que vai ocorrer nas três fases de uma infraestrutura: projeto, construção e operação. Na fase de projeto, a metodologia BIM permite que os projetistas, construtores e utilizadores trabalhem juntos num modelo digital compartilhado, que contém todas as informações relevantes do projeto, desde a conceção até à sua reabilitação, demolição ou mudança de uso, minimizando, dessa forma, os erros de projeto e melhorando a eficiência geral do processo. Na fase de construção, esta metodologia ajuda a melhorar a precisão das estimativas de custo e de tempo, e a eliminar erros de duplicação ou omissão de elementos da obra, permitindo que os construtores possam gerir melhor os seus recursos humanos e materiais, e reduzir o tempo de conclusão do projeto. Além disso, o BIM permite a simulação de diversos cenários, incluindo a análise de impactos ambientais e a segurança do trabalho, permitindo que sejam tomadas medidas preventivas e corretivas ainda antes do projeto ser iniciado. Finalmente, na fase de operação, a metodologia permite que a autarquia monitorize e gerencie o desempenho do edifício, além de realizar manutenção preventiva, melhorando a eficiência energética, reduzindo custos operacionais e garantindo um ambiente de trabalho seguro e saudável para todos os envolvidos. Esta ferramenta permitirá ainda a construção de gémeos digitais destes ativos, que podem ser usados para estudar problemas complexos que aconteçam no edifício, além de monitorizar, simular e otimizar. Prevê-se que, até 2030, a implementação do BIM esteja concluída.
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