João Gonzalez não para de ganhar prémios internacionais com o seu filme "Ice Merchants"
Este fim-de-semana venceu o prémio Annie, considerado o "Óscar da animação", na categoria de Melhor Curta-Metragem, durante a 50.ª edição dos mais importantes prémios do cinema de animação nos Estados Unidos, cerimónia que decorreu durante a madrugada de domingo, em Los Angeles, e recebeu, também ontem, o prémio do público no Festival Internacional de Cinema de Animação - Anima, em Bruxelas. O jovem realizador portuense vê, assim, coroado um ano de enorme êxito com a curta-metragem de 14 minutos: Festival de Cannes, Curtas de Vila do Conde, Guadalajara, Melbourne, Chicago, St. Louis, Alcine, BendFilm, Anim’est e Spark, 41 outros prémios e menções especiais e mais de 90 seleções oficiais em festivais de todo o mundo, um cenário já histórico no cinema português. Falta o Óscar para melhor curta-metragem de animação, a entregar a 12 de março, numa nomeação inédita para uma produção portuguesa. "Se contar os dias seguidos, [Ice Merchants] demorou à volta de um ano, o que é pouco para um filme de animação. Com as pausas e pandemia levou dois anos", revelou João Gonzalez, em recente entrevista ao Porto. "O cinema de animação português, em concreto, é dos mais fortes do mundo. Às vezes sentimos que há mais divulgação internacionalmente do que no nosso país", acrescentou, ao Expresso, o jovem realizador. "Ice Merchants", o terceiro filme de João Gonzalez (antes, realizou "Nestor" e "The Voyager", também já premiados), é sobre perda e laços familiares, entre um pai e um filho, e tem como ponto de partida a imagem de uma casa numa montanha, debruçada num precipício. Contada sem narrador nem diálogos, apenas por imagens desenhadas e música, tem coprodução da Cola Animation com Reino Unido e França. O filme está, atualmente, em exibição nos cinemas portugueses.
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