Quatro por cento dos habitantes da Galiza compram o jornal todos os dias. Em Portugal, os compradores são menos de um por cento
Na região da Galiza, que conta com uma população próxima dos três milhões de habitantes, vendem-se, todos os dias, cerca de 125 mil jornais, com particular destaque para os jornais regionais, como ‘La Voz de Galicia’ (45 mil), ‘Faro de Vigo’ (25 mil) e ‘El Correo Gallego’ (8 mil). Já em Portugal, cuja população é superior a 10 milhões de pessoas, o número de jornais vendidos é inferior a 100 mil. Isto quer dizer que 4% dos galegos compram o jornal todos os dias, enquanto que em Portugal a percentagem de compradores diários é inferior a 1%.
Para Irene Bascoy, subdiretora do ‘Faro de Vigo’, uma das participantes do primeiro seminário sobre meios de comunicação social na eurorregião Galiza – Norte de Portugal, que decorreu esta semana em Matosinhos, a justificação para essa diferença estará "na grande aposta de proximidade que é feita pelos jornais galegos".
"A esmagadora maioria das notícias mais lidas do ‘Faro de Vigo’ são notícias locais, ou seja, assuntos que interessam diretamente às pessoas. Ora, como os jornais regionais se focam nos assuntos da região, é natural que as pessoas se identifiquem com eles", afirma Bascoy. Já Xosé Luis Vilela, diretor do ‘La Voz de Galícia’, alerta para o facto de as vendas dos designados jornais nacionais de Espanha, como o ‘El País’ ou o ‘El Mundo’, registarem números residuais na Galiza. "Na Galiza há mais de uma dezena de jornais locais e os chamados jornais nacionais vendem menos de dois mil exemplares por dia na região", explica Vilela.
De resto, as dificuldades financeiras, a perda de leitores e a substituição do papel pelo digital, são, em Portugal e na Galiza, os principais problemas com que se debatem, nesta altura, os órgãos de comunicação social.
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