Mais de cinco mil professores ocuparam este sábado à tarde, dia 4 de março, a Avenida dos Aliados, no Porto, em protesto contra as propostas governamentais para um novo regime de recrutamento e colocação e a ausência de abertura para negociar reivindicações antigas
Autor: Rui Manuel Farinha | Crédito: LUSA
"São milhares de professores. Quando a frente da manifestação chegou aos Aliados, a cauda ainda estava no Marquês. Acredito que sejam para cima de cinco mil no protesto", disse à Lusa um agente da PSP que controlava o trânsito na Avenida dos Aliados às 17h00.
Munidos de bombos, apitos, cartazes, altifalantes e microfones, milhares de docentes de vários pontos do país -- Braga, Bragança, Viana do Castelo, Coimbra, Aveiro, Maia, Matosinhos, Porto, entre outras localidades -- afluíram aos Aliados por volta das 17h00, depois de desfilarem por várias ruas do Porto, desde a Praça do Marquês.
"Governo Escuta, Professores estão em luta", "Professores Unidos, Jamais serão vencidos", "Não bastam reuniões, é preciso soluções", "Concurso nacional, pela graduação profissional", "Os professores exigem respeito", eram algumas das frases gritadas pelos professores.
Anabela Ferreira, professora do 1.º Ciclo, saiu este sábado às 13h00 de Viana do Castelo para participar no protesto no Porto.
Em declarações à Lusa, Anabela Ferreira disse que a luta "é para continuar até que as leis mudem".
"Nem que tenhamos de andar a lutar até 2024. Não desistimos", disse a docente, em frente à Câmara Municipal do Porto, nos Aliados. "Respeito" foi palavra de ordem de professores emocionados e cansados com a "falta de valorização da profissão", aponta Paula Cataluna, professora de Braga.
Sindicatos e Ministério da Educação estão desde setembro a negociar para tentar chegar a acordo quanto ao novo modelo de recrutamento e colocação de professores.
Na semana passada realizou-se a última reunião que terminou sem acordo, tendo os sindicatos anunciado que vão pedir reuniões suplementares.
A nova proposta apresentada esta semana pelo Governo não convenceu os sindicatos que dizem manter algumas das "linhas vermelhas" que os docentes já tinham apontado, como é o caso da criação de Conselhos de Quadro de Zona Pedagógica.
Os professores estão em greve desde dezembro, na altura com uma paralisação por tempo indeterminado convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop), que se mantém em protesto contra a proposta do Governo para os concursos e colocação de professores.
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