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Matosinhos: os mesmos locais 26 anos depois

Frente a frente fotográfico com base nas imagens captadas por Gabriele Basilico em 1996 mostra como Matosinhos mudou. Exposição está patente no Museu da Memória



A ideia é mostrar como era Matosinhos em 1996 e como é Matosinhos nos dias de hoje. Num frente a frente fotográfico, o Museu da Memória exibe até ao início do próximo ano uma exposição que convida o visitante a recordar locais emblemáticos da cidade - e também de Leça da Palmeira - onde a paisagem mudou radicalmente. O ponto de partida desta mostra é uma série de imagens captadas pelo fotógrafo italiano Gabriele Basilico.

Na altura, não existia o terminal de cruzeiros. Ainda estava de pé a fábrica de fermentos Gist-Brocades e, não muito longe dali, permaneciam silenciosas as ruínas de outras unidades industriais que marcaram a vida de muitas pessoas, naquela que se tornou uma das zonas nobres da cidade. Muitos dos que hoje frequentam o grande areal de Matosinhos não farão ideia de como era a frente marítima antes da construção do edifício Palácio da Enseada ou do arranjo da Avenida General Norton de Matos.

A exposição "Matosinhos, lugar e memória" junta originais de Gabriele Basilico (1944-2013) a imagens dos mesmos sítios, captadas em 2022. O arquiteto de Milão, que ganhou notoriedade como fotógrafo, em particular pelos trabalhos focados na paisagem urbana, participou em 1996 num projeto coletivo de recolha de diferentes perspetivas de Matosinhos (a par de Larry Fink, Bruno Sequeira e Augusto Alves da Silva), que resultou numa exposição e na publicação de um livro.

Fernando Rocha, vereador da Cultura, recorda que, à época, o trabalho de Basilico provocou "uma grande celeuma", porque as pessoas estavam muito habituadas a "postais ilustrados" e as fotografias do arquiteto milanês mostram "coisas feias" e em ruínas. O autor, acrescenta, preocupava-se muito com "os vazios urbanos, com as cicatrizes urbanas".

"É uma exposição pequena mas muito significativa, porque prova como a cidade mudou", refere o responsável, sublinhando que estas imagens são "fundamentais para a memória de Matosinhos". Entre os exemplos mais significativos estão o grande bloco de apartamentos na avenida marginal, o Palácio da Enseada (onde estava a Gist-Brocades), e o edifício que domina o quarteirão formado pela Avenida Menéres e pelas ruas Roberto Ivens, Sousa Aroso e Brito Capelo. Do lado de Leça, são bem visíveis as diferenças na zona junto ao farol, onde foi edificado o Paço da Boa Nova.

Organizada para assinalar o primeiro aniversário do Museu da Memória (abriu em finais de agosto de 2021), a exposição inclui ainda uma série de vídeos que permitem uma perspetiva de 360 graus dos locais visados. Está patente até fevereiro/março.

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