Primeiro comboio fabricado pelos chineses da CRRC é levado aos limites durantes os testes que decorrem durante a madrugada. Novas unidades devem receber passageiros ainda no primeiro semestre
Fonte: ECO
O primeiro dos 18 novos comboios do Metro do Porto já anda a fazer testes na linha. Enquanto a cidade dorme, uma equipa de 15 técnicos põe em marcha a composição com três carruagens fabricada pelos chineses da CRRC. Os ensaios na linha vão decorrer durante mais dois meses antes que possam começar a receber os passageiros dos concelhos do Porto, Vila Nova Gaia, Matosinhos e Gondomar, ainda no primeiro semestre. Os ensaios dinâmicos são feitos em cerca de quatro horas, enquanto o Metro do Porto está sem serviço de passageiros. A partir das oficinas de manutenção de Guifões, o comboio parte depois da 1h30, a caminho da estação de Fonte do Cuco, onde vai entrar na rede do metropolitano. O veículo está mais pesado do que nunca: dentro das composições há centenas de sacos de areia, que pesam 17 toneladas, o equivalente à carga máxima suportada por cada unidade (244 passageiros).
Com os sacos colocados no piso, é preciso ter ainda mais cuidado a caminhar dentro do comboio para não acertar nas barras que permitem utentes em pé. A baixa altura das barras — sobretudo para passageiros com menos de 1,80 metros — foi uma das principais queixas apresentada quando o veículo esteve em exibição na estação da Trindade, em meados de fevereiro.
O Metro do Porto assegura que vai tentar corrigir esta e outras situações “na medida do possível”, porque “é preciso perceber se depois podem ser revertidas”, assinala ao ECO o responsável pelo material circulante, Armando Sena.
O “comboio do sorriso” também está recheado de fios e de sensores, instalados em cima e em baixo, estando ligados a caixas colocadas no meio do veículo. Os dispositivos permitem avaliar o comportamento do comboio durante os testes, verificar se os sensores das portas funcionam e confirmar a voltagem da catenária e do pantógrafo. Há ainda um laser para verificar a distância entre o comboio e a plataforma.
A equipa que está nos ensaios durante a noite é um triângulo de nacionalidades: o maquinista e o técnico da oficina que o acompanha são portugueses; a equipa de fiscalização dos ensaios é italiana; os técnicos da CRRC vieram da China para estes ensaios. O inglês é a língua comum, embora existam alguns percalços.
Para já, o comboio da CRRC circula entre os 5 e os 17 km/h.
Comments