Janeiro tem sido rotulado ao longo dos últimos tempos como o “mês mais longo do ano” (mesmo não sendo o único com 31 dias), resultando essa fama em ‘memes’ e piadas nas redes sociais um pouco por todo o mundo
Curiosamente, o fim de janeiro marca a entrada naquele que é, efetivamente, o mês mais curto do ano. Mas nem sempre foi assim.
A existência de várias festividades em Roma, 600 anos antes do nascimento de Cristo, levou à necessidade de as agrupar e organizar de forma a evitar conflitos de “agenda” e lutas entre romanos. Iniciava-se assim uma discussão que levaria à criação do primeiro calendário.
Os astrónomos dessa época eram já capazes de definir, de forma bastante precisa, o intervalo entre o solstício de verão até ao solstício de inverno. Através desses marcos tornava-se então possível definir o tempo que decorria entre dois solstícios de verão: 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 47 segundos. Estava assim fixado o tempo necessário para se repetir o dia mais longo do ano.
A adaptação para o uso do calendário lunar acabaria por surgir pouco depois, dada a facilidade do seu uso. Os meses começariam por ser estabelecidos como tendo a duração de 30 ou 31 dias, número que seria alterado por Numa Pompilius, rei de Roma de 715 a 672 a.C., tendo em conta o “azar” dos números par e a sua vontade de definir o ano de acordo com os 12 ciclos lunares.
O ano iniciava-se então em março e todos os meses passavam assim a contar com 29 ou 30 dias, exceto o último, fevereiro, com apenas 28. Estudiosos afirmam que tal devia-se ao facto de ser o mês de Fébruo, o deus da morte e da purificação.
Feitas as contas, os 355 dias de ciclos lunares eram manifestamente inferiores aos 365 dias do ciclo solar. Ao fim de algum tempo, a confusão no calendário tornar-se-ia óbvia, com os meses a deixarem de coincidir com as estações em vigor.
Caberia a Júlio César regularizar uma situação que estava a tornar-se caótica entre romanos. Após o estudo do calendário egípcio, o imperador romano optaria por abandonar o calendário lunar e regressar ao solar.
Depois de mover janeiro e fevereiro para o início do ano, adicionou 10 dias a todos os meses até perfazer o total de 365 dias, passando fevereiro a contar com 29. Acabaria também por ser adicionado um dia extra ao mês ‘Julius’, ou julho, em homenagem a Júlio César, uma decisão mais tarde repetida por César Augusto, no mês de Augustus, ou agosto. Para tal, foi necessário retirar um dia a fevereiro, que regressaria assim aos 28 dias.
Desde então, cada ano conta com 365 dias, ficando assim por acrescentar 5 horas, 48 minutos e 47 segundos que contabilizam um dia extra para o mês de fevereiro, de quatro em quatro anos, e que definem os anos bissextos.
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