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Chaves Matosinhos: Há 30 anos a abrir portas

Em 1994 nascia, na Rua Álvaro Castelões, as Chaves Matosinhos. Fernando Dias, com apenas 24 anos, largou tudo e decidiu abrir a primeira casa de ferragens de Matosinhos, juntamente com o seu colega de trabalho na altura, Paulo Rocha. Passados 30 anos, são hoje uma referência na cidade.

 

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Como é que tudo começou?

Começou há 30 anos, trabalhava numa empresa do mesmo ramo. Na altura despedi-me e resolvi lançar-me na vida, com o meu colega Paulo Rocha. Foi um risco grande há 30 anos, tinha 24 anos e custou um bocadito, mas coisas foram andando. Na altura fomos só nos os dois, depois tivemos outros funcionários, mas começamos assim, praticamente do zero.


Porque é que decidiu envergar neste ramo?

Porque já trabalhávamos no mesmo ramo, ele também já se tinha despedido. Era o ramo que sabíamos trabalhar. Continuar a subir no que já estava, que era a profissão que tinha na altura.


O que o motivou a continuar durante tantos anos?

É uma arte engraçada, que desperta. O trabalho é engraçado e há bastante responsabilidade. Uma casa destas que vai a casa dos clientes, muda fechaduras, trata de chaves, sempre despertou isso. E depois, era o que eu sabia fazer. Ainda hoje me custa a crer que passaram 30 anos.


Que mudanças sentiu ao longo destes anos?

Fomos a primeira casa que abriu aqui em Matosinhos deste ramo. Quando cheguei cá não havia nenhuma como esta. Começamos a trabalhar, tivemos altos e baixos, hoje em dia já temos outro funcionário, o Sílvio, já esta cá há uns anos. Funcionários fixos nunca tivemos muitos, somos uma empresa pequena, tinha era pessoas que vinham ajudar.


Quais são os desafios que enfrentou ao longo destes anos?

Houve uma célebre crise há uns anos atrás. Mas conseguimos superar e de resto tem corrido bem. Isto evoluiu muito, de 1994 para cá há muita tecnologia, a nível de carros.


Há alguma coisa que tenha aprendido ao longo de tantos anos?

Aprendi que isto tem de funcionar sempre com respeito pelos clientes, muito respeito pelos clientes, e dada a profissão que é, servir sempre bem o cliente, sempre à frente de tudo. Não pode haver aqui falhas, e quando as há, assumi-las, como fizemos sempre durante este tempo todo. Qualquer erro que seja cometido da nossa parte é assumido, é o que eu digo aos meus funcionários.


Como é o dia a dia na loja? Que serviços têm?

Aqui na loja é fazer chaves, comandos, tudo o que seja relacionado com fechaduras, consertar fechos e fazer chaves de automóveis, tudo o que seja relacionado com chaves. Agora tem mais um bocado de eletrónica, com os comandos e as chaves de automóveis. Na rua, é todo o tipo de assistência que seja com fechaduras, desde abertura de portas, de automóveis, colocação de fechaduras, portas blindadas, tudo o que seja relacionado com uma porta, fechadura ou chave nós fazemos.


Essa parte já exige mais responsabilidade?

A responsabilidade que esta profissão tem é isto, as pessoas têm que ser responsáveis. Está a avançar muito para a tecnologia. Mas a parte mecânica há e há dificuldade em arranjar técnicos para isto, muita dificuldade. Para formar um técnico para estar aqui na loja como eu estou, não é cinco anos para formá-lo, demora muito. Na rua é mais fácil, é um trabalho que aprendem mais rápido, na loja não, é muito complicado, e é falta dessa mão de obra que há.


Como é que conseguiu aprender?

Fui para uma casa trabalhar sem saber nada, estive lá cinco anos a aprender, com bons professores. Isto é uma arte que está sempre a evoluir, há sempre coisas novas. Fazer a mesma coisa não é sempre igual.

Já pensou em expandir?


Vamos a qualquer lado, mesmo fora do Porto. Houve uma fase que sim, mas depois derivada à falta de se conseguir um técnico rápido, não dá. Não se consegue fazer um técnico rápido, demora muito tempo.

Sente que tem um papel importante na comunidade?


Sim, porque esta profissão não é muito valorizada, mas é uma profissão que ajuda a comunidade. Tem que haver respeito por vezes as pessoas não reconhecem o nosso trabalho e o nosso valor. Ainda esta noite fizemos um serviço e era uma da manhã. Chegam aqui aflitos que deixaram a chave dentro de casa. Depois quando toca à parte do pagamento, não reconhecem, não quer dizer que são todos, mas não reconhecem. Mas é um serviço que faz falta à comunidade.


Como é que esta loja se diferencia de outras?

Eu faço por ser o mais honesto possível. Não gosto de enganar e não admito enganos ao cliente. Tenho muito respeito pelo cliente, não consigo enganá-lo. Posso dar um orçamento mal contra mim que eu não consigo dizer ao cliente que me enganei. Prefiro assumir. Parto de um princípio que é muita confiança e ser o mais honesto possível. Foi assim que me ensinaram a trabalhar nesta profissão.


“Esta casa já tem 3 gerações de clientes: o avô, o filho, e o neto”


É isso que caracteriza a loja?

Sim, é por aí que quero ir sempre. Honestidade, acima de tudo. Acontece-me aqui muitas vezes dizerem-me “Eu vinha cá com o meu avô”. Provavelmente essa transmissão dos mais velhos para os mais novos caracteriza esta casa.


Planos para o futuro?

Continuar assim, o mais honesto possível. Temos a chave de tudo, temos que ser pessoas íntegras. E isso para mim é uma das coisas que me motiva, saber que temos responsabilidades. Nós temos a chave da cidade, conseguimos abrir tudo. Tento ser o mais honesto possível e respeitar os clientes. Foram 30 anos aqui assim.

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