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Dupla H&M: Onde tudo começou

Atualizado: 22 de set.

Conheceram-se na escola e a vida juntou-os 30 anos depois. Tudo começou numa brincadeira gravada na Senhora da Hora, em 2021, e hoje, Hilário Meneses e Miguel Crista formam a Dupla H & M, que com os seus vídeos de comédia chegam a milhares de portugueses nas redes sociais e nos palcos deste país. O NM esteve à conversa com a Dupla H&M.H H


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Como e que se conheceram?

Hilário- Nós já somos amigos de infância, por incrível que pareça, já nos conhecemos há muitos anos. Andamos na escola juntos, não na mesma turma. Aos 11 anos mudamos de escola e houve um pequeno afastamento. Ficamos sem nos ver trinta anos.

 

Porque e que decidiram fazer uma dupla?

H- Um dia estava a fazer uma live no Tik Tok, que já fazia isso sozinho, e perguntei se alguém conhecia algum anão que eu queria fazer um vídeo, mas era um vídeo pontual.

Miguel- Eu caí de para quedas. Não era pessoa de passar muito tempo agarrado as redes sociais. Até que uma amiga disse-me que o Hilário estava numa live a ver se havia um anão para fazer um vídeo com ele. E eu sou muito à vontade, não tenho complexos, sempre tive um à vontade enorme e sempre me aceitei da forma que sou. Mandei-lhe mensagem e quando viu o meu perfil lembrou se logo de mim.

H- Encontrámo-nos aqui na Senhora da Hora. O Miguel ainda era um bocado envergonhado, não estava habituado a ter uma câmara apontada para ele, mas era muito engraçado. O primeiro vídeo teve 180 mil visualizações. Fizemos alguns vídeos e começaram-nos a chamar para o estrangeiro. A partir daí a dupla começa a ter outras proporções e já não nos conseguimos desvincular um do outro.

M- No princípio foi surreal. A dimensão que as redes sociais podem tomar. Uma simples brincadeira a dimensão que tomou.


Como é terem-se encontrado tantos anos depois?

H - É espetacular. Ele já com filhos, eu também, vidas feitas, trabalhinho. É uma coisa que não dá para explicar, tinha que ser os dois.

M- É o destino.

H- Depois eu sou grande, ele é pequenino e é o pequeno a bater ao grande, o povo gosta disso. E as circunstâncias dele passa uma mensagem de força, motivação, superação, vontade de vencer sem precisar de dizer nada. Ele a fazer os vídeos já é uma motivação porque ele é alegre, brinca com ele próprio, em tudo.

 

O Hilário já antes de se juntar com o Miguel, já queria ter uma carreira na comédia?

H- Eu comecei numa brincadeira. Eu sou comediante por natureza, já é de mim, sou simpático e extrovertido, tanto e que já tinha redes sociais há 7 anos e comecei a fazer por fazer. Começaram a surgir alguns trabalhos de publicidade e depois comecei a convidar o Miguel. Dizia que já tinha uma pessoa a fazer os vídeos e se não se importavam e quando dei por ela, é uma bola de neve, sem me aperceber estou aqui.

M - Já nasce connosco. As coisas quando são forçadas, não têm tanta piada. O ser humano consegue distinguir o forçado do genuíno, e acho que o sucesso da Dupla H&M é isso. Somos genuínos, somos os que somos no dia a dia, assim como somos nos vídeos.

 

Como e que conseguem conjugar o trabalho com os vídeos?

H- Maior parte dos vídeos são gravados na hora de almoço do Miguel ou nas minhas folgas. No verão encontramo-nos aqui à tarde e no inverno é sempre gravado na hora de almoço quando é possível.

M- E depois temos que conciliar tudo, trabalho, família, os nossos hobbies.

H - O pessoal vê aqueles 3 minutinhos e não sabem o esforço que houve. Muitas vezes comer sandes durante uma semana, para gravar um vídeo para as pessoas se rirem no fim do dia. E fazemos com muito gosto, a gente quer chegar a casa das pessoas e sacar um sorriso. E as mensagens que recebemos e extraordinário.


Como e que lidam de um momento para o outro serem reconhecidos na rua?

H-  Já não passámos despercebidos, tiramos fotos, vem ter connosco, mas também faz parte. Quem está exposto tem que estar preparado para receber carinho das pessoas. E somos muito acarinhados. Temos quase meio milhão de seguidores nas redes sociais.

 

Quais são as maiores dificuldades que enfrentam?

H- Penso que seja a falta de tempo, que temos para poder gravar ainda mais e com mais qualidade. A maior parte dos nossos vídeos são na carrinha do Miguel, porque temos que almoçar para ir trabalhar e aquilo que conseguimos fazer é com carinho. Quando temos disponibilidade vamos à Quinta da Conceição ou ao Parque da Cidade, tentamos gravar em cenários diferentes.

M- A nossa dificuldade é conseguir conciliar tudo, trabalho, família hobbies. É uma logística e cansativa, mas fazemos com todo o gosto! Gostávamos de ter mais tempo para poder ter outro tipo de conteúdo, só que o nosso tempo é tao limitado, que já muito conseguimos.

H- As pessoas que nos conhecem sabem o esforço que fazemos para estar sempre disponíveis para ter um bocadinho de tempo para gravar. Tudo o que fazemos é de coração, às vezes é muito apertado, mas com gosto tudo se faz.

 

Como ganham ideias e inspiração para os vídeos?

H- Eu sou uma pessoa bastante criativa. E quando o Miguel veio ele veio acrescentar à minha criatividade. Sozinho ninguém vai a lado nenhum. Ele alinha em todas as brincadeiras, é uma máquina, e ele também ajuda.

M - A criatividade é dele, mas trabalhamos os dois, estamos em sintonia. Temos um compromisso em estar disponível para o que for.

H- Tentamos sempre chegar a consenso porque acima de tudo, a amizade e tem que prevalecer, não é os vídeos. Tem que ser a amizade e havendo amizade isto vai durar mutos anos. 

 

Têm ajuda a gravar ou a editar?

H - A editar sou eu. A Sara, a minha namorada, acompanha-nos às presenças, e vídeos que sejam mais pormenorizados peço-lhe ajuda. Às vezes é necessário ter um terceiro elemento a gravar e acompanhar-nos sempre para nos ajudar nesse sentido.

 

Como adaptam os vídeos ao stand up?

H - Quando fomos a Suíça pela primeira vez disse ao Miguel que tínhamos de partir para outro nível, que se calhar o ideal seria fazer stand up comedy, para não sermos só figuras presentes na comunidade.

M - O último que fizemos foi de 45 minutos em Barcelos. Mas no Multiusos de Guimarães, foi o expoente máximo. Com o Miguel Sete Estacas, o Tio Jel, para nós foi uma honra enorme.

 

Têm alguma inspiração?

 M- Tenho um brasileiro comediante e tem as mesmas características que eu. Para mim a minha maior inspiração é ele. As nossas historias são idênticas, a forma como se relacionou na escola, como foi tratado pela família, tudo é tal e qual.

H - Eu cresci com o Fernando Rocha, a ouvir as piadas dele e senti-me confortável a fazer piadas, e foi assim que começou, umas piadas aqui e acolá.


Recebem muitas mensagens dos fãs?

M - Mandam-me mensagem dizer que sou uma inspiração que eu se sou como sou e vivo a vida como vivo, porquê ter complexos com nós próprios? Qualquer mensagem mexe connosco. Também já recebi mensagens negativas. Ao principio diziam que ele andava a usar-me e a fazer bullying. Nunca sofri bullying e tenho 40 anos.

H – Diziam-me “Estás a usar o anão”, “Tem mas é vergonha”. Ao início muita gente fica chocada ver pessoas a brincar com isto, mas depois de viram o Miguel a brincar consigo mesmo, e acabou por desmistificar.

M- Antigamente olhavam para mim com pena. Hoje em dia olham para mim e querem um abraço, beijinhos. O brilho no olhar das crianças é impagável.

H- Ele também faz sorrir muita gente e isso é muito bonito, é gratificante.

 

Têm algum objetivo de carreira?

M - Nós queríamos fazer isto a tempo inteiro, é um sonho.

H - Nós gostávamos mesmo de fazer disto a nossa vida. Fazer sorrir as pessoas e levar a todo o mundo a nossa alegria. Mas é difícil, hoje chamam, mas amanhã podem não chamar.

 

Acham que Matosinhos podia apostar mais na comédia?

M- Sem dúvida. Acho que as pessoas fora de Matosinhos conseguem chamar mais rápido a nós.

H-  É muito raro na nossa terra, onde nascemos e fomos criados nos chamem, mas cada coisa a seu tempo. Certamente um dia podem nos chamar até para as Festas do Senhor de Matosinhos. Gostávamos de aparecer na nossa cidade.

 

 

 

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