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Entrevista a José Pedro Rodrigues – CDU Matosinhos


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Porque decidiu recandidatar-se?

A recandidatura da CDU resulta de um trabalho contínuo, sério e comprometido com as populações de Matosinhos. Ao longo dos últimos 12 anos, tivemos responsabilidade em áreas fundamentais como a mobilidade, os transportes, a proteção civil e a ação social.

O balanço deste percurso é claramente positivo. Fizemos obras que melhoraram a qualidade de vida de milhares de pessoas – como o acesso da A28 ao Hospital Pedro Hispano, que permitiu o transporte urgente de mais de 100 mil ambulâncias. Expandimos a rede de transportes, integramos todos os operadores no sistema Andante e criámos respostas sociais e ambientais inovadoras. Candidatamo-nos porque sabemos que ainda há muito por fazer e temos propostas concretas para melhorar a vida das pessoas.


Quais são as principais propostas para o próximo mandato?

As nossas prioridades passam por seis eixos fundamentais: melhorar os transportes públicos e os horários de ligação às escolas; alargar a rede do metro, com ligações ao Hospital de S. João e a Leça da Palmeira; criar uma nova linha de autocarro ao longo da costa; reforçar a manutenção dos espaços públicos, em particular passeios, jardins e pavimentos; dar resposta à crise da habitação com construção e reabilitação de habitação pública acessível; e defender o ambiente com projetos como a criação de parques naturais, o combate à poluição nas ribeiras e a preservação das zonas verdes do concelho.


Como avalia a situação na Praia de Matosinhos?

A interdição da praia deve-se à poluição da Ribeira da Riguinha, que desagua junto à Anémona, e à pressão das obras no Porto de Leixões. A proposta de enterrar essa ribeira 800 metros no mar é um erro – esconde o problema, mas não o resolve. Defendemos a eliminação da origem da poluição, com fiscalização rigorosa.

Também nos preocupa a situação da Ribeira da Guarda, com focos poluentes junto ao Cabo do Mundo. A Câmara deve garantir a qualidade da água, requalificar equipamentos e assumir uma gestão integrada da orla costeira.


É viável reativar a linha ferroviária até Leixões?

Sim. A estação de Leixões está pronta. Só falta adaptar os apeadeiros e integrar a linha com o metro. É uma oportunidade estratégica para reforçar a mobilidade em Matosinhos e deve avançar o mais rapidamente possível.


Qual a sua posição sobre a extensão do metro até Leça da Palmeira?

A extensão do metro já estava prevista no planeamento urbanístico. Toda a zona do Mar Shopping, Santa Cruz do Bispo e Perafita foi desenhada a pensar nessa expansão. Com o crescimento previsto nos terrenos da antiga refinaria – mais 8 a 10 mil habitantes – a ligação do metro é essencial. O metrobus não tem a capacidade de resposta necessária. O metro é a única solução eficaz e sustentável para a mobilidade da zona norte do concelho.


Que medidas propõem para os transportes públicos?

É essencial corrigir falhas como a ausência de informação atualizada nas paragens. Seis meses após a mudança de numeração, continuam sem horários nem mapas. Isso descredibiliza o sistema. Defendemos a correção imediata dessas falhas e o alargamento do passe gratuito a todos os maiores de 65 anos.


Como combater a sobrelotação habitacional?

É necessário um diagnóstico claro e urgente. Devemos identificar as famílias em situação de sobrelotação e atuar com habitação acessível, arrendamentos com apoio público e requalificação de bairros degradados. Também é preciso garantir que a Matosinhos Habit tem os meios e pessoal para responder com eficácia aos pedidos de manutenção e realojamento.


Quais são as propostas para a segurança?

A segurança faz-se com mais patrulhamento de proximidade. Rejeitamos a instalação de câmaras como solução única. Matosinhos é um concelho seguro, mas precisa de mais agentes nas ruas e melhores condições para os profissionais da PSP.


Como dinamizar o comércio local?

O comércio tradicional precisa de apoio. Propomos mercados ocasionais, feiras de rua e incentivo a eventos culturais e gastronómicos nas freguesias. As feiras de Custóias e Senhora da Hora devem ser requalificadas e dinamizadas com melhores infraestruturas.


Que medidas propõem para a transparência e gestão municipal?

A Câmara deve funcionar com serviços próprios, sem recorrer a empresas municipais para funções permanentes. Queremos equipas municipais permanentes para cuidar de jardins, ruas e espaços públicos, com prestação de contas transparente e envolvimento da população.


Como aproveitar melhor os fundos do PRR e da União Europeia?

Devemos investir em três áreas prioritárias: inteligência urbana (mobilidade, resíduos, semáforos), habitação e ambiente. É preciso candidaturas bem estruturadas, com visão de longo prazo e execução eficiente. O modelo das cooperativas de habitação deve ser retomado com apoio público e terrenos municipais.


Que compromissos exige do Governo central?

O cumprimento das promessas feitas: alargamento da A28, extensão do metro, reabertura da linha de Leixões e eliminação das SCUTs no concelho. A Câmara tem de ter voz firme e reivindicar o que é justo para Matosinhos.


Quais são as propostas para jovens e idosos?

Para os jovens, propomos habitação a preços acessíveis e mais vagas em creches. Para os idosos, é essencial aumentar o número de lares, centros de dia e serviços de apoio domiciliário. Matosinhos tem mais de 43 mil pessoas com mais de 65 anos, e as respostas atuais são insuficientes.


Que tipo de colaboração pretende com o Governo e outras entidades?

Acreditamos numa colaboração firme e técnica com entidades como a IP, GNR, ICNF e o Governo. Já trabalhámos com sucesso nesses domínios e sabemos que só com planeamento conjunto se conseguem soluções eficazes e duradouras.


Que mensagem final deixa aos matosinhenses?

Queremos uma campanha próxima, feita com as pessoas e para as pessoas. Apelamos à participação ativa da população. A CDU apresenta-se com propostas realistas e com provas dadas. Vamos continuar a trabalhar por um Matosinhos mais justo, solidário e com qualidade de vida para todos.

 

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