Entrevista a Leonardo Fernandes
- Notícias de Matosinhos

- 6 de nov. de 2024
- 6 min de leitura

Porque é que decidiu ser presidente?
Para mim sempre foi um sonho poder ajudar o próximo e acho que é uma vocação que eu tenho. Na faculdade fazia muitas ações de solidariedade para com os mais necessitados. E depois a minha profissão, era professor do 1º ciclo, o que me permitia ver as dificuldades que as crianças passavam. Mas aquilo que me motivou mais, foi que comecei a trabalhar com Juntas de Freguesia em 1997, nas férias desportivas, e isso fez-me despertar o interesse pela política. Em 2005 fui convidado para fazer parte de uma lista de candidatura a uma Junta de Freguesia, em Custóias, mas em 2009 o Sr. Presidente da Junta de S. Mamede de Infesta também me convidou, entrei para o executivo e quando comecei a trabalhar na Junta propriamente dita o meu interesse aumentou e hoje sou mesmo muito feliz a desempenhar o cargo.
Quais são as maiores dificuldades que enfrenta enquanto presidente?
Provavelmente quando a população reivindica aquilo que realmente tem razão, e eu como presidente de junta não ter poder na sua resolução, principalmente na habitação, que é aquilo população mais reclama. A poda das árvores, a limpeza da via urbana, o arranjo dos passeios e da via pública e as passadeiras não dependem de mim, mas da Câmara Municipal de Matosinhos. São os únicos problemas que eu tenho com a população, que tirando isso sinceramente não tenho razão de queixa, é a minha obrigação defendê-los.
Que atividades a União de Freguesias tem dedicada aos habitantes séniores?
Temos um projeto exclusivamente para os séniores, os Cabelos ao Vento, que consiste em passeios de bicicleta seja no Parque da Cidade, na praia de Matosinhos ou pela Foz, de forma gratuita. Depois temos atividades pontuais, como o Passeio Sénior, que este ano foi feito em parceria com a CMM e foi um sucesso, foram cerca de 6 mil pessoas das quais a nossa união levou 1400. Também há o Musicate’Si, onde nas praças e jardins a população mais idosa é aquela que mais assiste a esses músicos de rua, que tocam durante uma hora e as pessoas assistem gratuitamente. E depois temos todos os domingos, a decorrer no rancho típico de S. Mamede de Infesta, as Tardes Dançantes.
Nestas freguesias há muito apoio ao associativismo?
Sim, temos cerca de 80 associações e coletividades, umas mais ativas que outras. E fazemos uma coisa inédita em Matosinhos, quiçá a nível distrital e nacional, em que todas as primeiras terças de cada mês fazemos a reunião com as coletividades em que elas apresentam os seus projetos. Além disso, muitas associações não conhecem o espaço umas das outras e então candidatam-se mensalmente para que a reunião seja feita na sua instituição, criando parcerias entre elas.
Que importância tem o Moalde Medieval?
É muito importante porque é feita pelas associações para as associações. Em 2012 parou, mas quando tomei posse em 2017 quis retomá-la. Embora tenhamos artistas, os feirantes, comerciantes, artesãos e restaurantes, são meramente de associações. Elas não pagam nada à Junta de Freguesia, nós cedemos tendas, mesas, bancos, pedimos as licenças, ou seja, tudo o que elas angariaram é para si. Temos sempre 15 a 20 associações e muitas vezes as escolas aproveitam e mostram danças e teatros. A feira por si só tem um carisma diferente e tem crescido.
A construção do viaduto sobre a A28 foi importante?
Deve ser das obras mais importantes que a Dr.ª Luísa Salgueiro fez neste seu mandato. O trânsito na zona da Senhora da Hora era caótico, para chegar a Matosinhos demorava imenso tempo e neste momento rapidamente chegamos. Existe outra obra quando for concluída que vai ligar a esta ponte também. Foi preponderante para a circulação do trânsito.
Recentemente foram instalados equipamentos na União?
Instalámos 25 bancos nos parques infantis e jardins e pretendemos instalar mais. Tivemos pedidos de idosos, e embora não seja essa a nossa função, pedimos autorização para os instalar em espaços públicos e aceitaram. Alguns terão as cores do LGBTQI+, outros terão um espaço vazio em que vai permitir o encaixe da cadeira de rodas, inovador em Matosinhos. Temos essas situações que queremos finalizar até dezembro. Vamos ainda apetrechar as duas escolas secundarias, de S. Mamede de Infesta e Senhora da Hora, com máquinas bio saudáveis.
Como vê a abertura do Footpark?
Foi um sucesso, foi o primeiro Footpark do país, porque o primeiro Continente do país foi na Senhora da Hora. Neste momento só estamos a abrir de segunda a sexta, das 9h as 17h30, mas agora estamos a estabelecer um protocolo com duas associações – Grupo de Xadrez 113 e a Académica de São Mamede – em que vão utilizar o espaço e ser os zeladores, com algumas horas ao fim de semana.
Também está prevista a construção de um skatepark?
Sim, não existe nenhum em Matosinhos. Será na Senhora da Hora, na lateral do cemitério, com ideia de evitar o ruído, num terreno em frente à igreja, e com uma parte perto dos prédios com árvores e uma espécie de jardim, sendo que nada terá a ver com um skatepark convencional.
São Mamede de Infesta vai ganhar um novo pavilhão?
Espero que seja concretizado e está em vias, porque é a única freguesia que não tem um pavilhão municipal. A Académica e o Infesta têm mais de 300 crianças na formação, e têm que se deslocar a freguesias vizinhas para treinar. Na altura foi prometido a construção, que vai ser em baixo do terreno da Académica, que vai permitir o treino de ambas as associações.
Que resumo faz do seu mandato?
Penso que foi atingido tudo o que nos propusemos, foi um bom mandato. Consegui concretizar algumas das bandeiras que tinha, não consegui todas, e isso é uma frustração muito grande. Não consegui o Metro, pelo menos o lançamento da primeira pedra. Gostaria de dar uma nova dignidade ao mercado de S. Mamede de Infesta, trazer o mercado para a rua e fazer uma feira, como a da Senhora da hora, porque os feirantes assim o querem. Gostava muito de ver o lançamento do Parque da Cidade de S. Mamede de Infesta e a requalificação do Parque das Sete Bicas. São situações que não dependem de mim, muitas nem da Câmara, mas tirando isso acho que cumpri todos os objetivos. Nesta freguesia ninguém passa fome, nós temos um apoio de cabazes SOS e ninguém vai sem alimentação para casa e isso para mim é importante.
Do que mais se orgulha no seu mandato?
O que eu mais me orgulho é que dotei os espaços públicos com algumas necessidades. Quando entrei em 2017 havia um parque infantil, neste momento existem 19. Havia 30 máquinas, neste momento vamos ter 120. Mas, sinceramente, pouco ou nada mais podemos fazer, porque não temos delegação de competências, portanto tudo aquilo que é limpeza da via pública e dos jardins não está sobre a nossa alçada. Orgulho-me imenso da excelente colaboração com as escolas, somos responsáveis pelas suas avarias. E o trabalho que consegui estabelecer com as associações, se não fossem elas, muitas das coisas que fazemos não conseguíamos. As pessoas não valorizam, mas esta união mexe com cerca de 30 mil pessoas, mais de metade da população está ligada com o associativismo, o que me satisfaz imenso.
Quais sãos os seus planos para o futuro?
Gostaria de me manter na política. Já não tenho aquela adoração para lecionar como tive no início da carreira, se tiver que voltar volto com o mesmo empenho e dedicação. Sou realmente feliz a exercer um cargo público, o meu sonho seria até a idade da reforma continuar na política. Ficarei se quem decide achar que realmente tenho valor para dar continuidade, e tenho essa intenção.
Para terminar, quer deixar uma mensagem aos leitores?
Agradecer o facto de me terem convidado. E a quem estiver a ler, principalmente aos mamedenses e senhorenses, que acreditem e nós, em mim, no executivo, estamos aqui para servi-los e queria deixar uma coisa bem clara. É nossa obrigação estar ao lado deles e estou aqui para receber qualquer pessoa que venha cá e junto com eles irmos à Câmara reivindicar os direitos de cada um deles. E agora que estamos a numa época festiva e natalícia, que todos sejam muito felizes.
Quais são os seus planos para o futuro?
Gostaria de me manter na política. Já não tenho aquela adoração para lecionar como tive no início da carreira, se tiver que voltar volto com o mesmo empenho e dedicação. Sou realmente feliz a exercer um cargo público, o meu sonho seria até a idade da reforma continuar na política. Ficarei se quem decide achar que realmente tenho valor para dar continuidade, e tenho essa intenção.
Para terminar, quer deixar uma mensagem aos leitores?
Primeiro quero agradecer o facto de me terem convidado. E a quem estiver a ler, principalmente aos mamedenses e senhorenses, que acreditem e nós, em mim, no executivo, estamos aqui para servi-los e queria deixar uma coisa bem clara. É nossa obrigação estar ao lado deles e estou aqui para receber qualquer pessoa que venha cá e com eles irmos à Câmara reivindicar os direitos de cada um deles. E agora que estamos a numa época festiva e natalícia, que todos sejam muito felizes.





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