Entrevista Paulo Carvalho - Presidente da UF de Matosinhos e Leça da Palmeira
- Notícias de Matosinhos

- 31 de ago. de 2024
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Porque é que se decidiu candidatar?
Eu entendi que era altura de dar à terra onde eu nasci, cresci e moro, tudo aquilo que ela já me deu. A minha família é daqui e, portanto, entendi que estava na altura de poder contribuir para que Matosinhos e Leça da Palmeira seja ainda melhor, foi com esse intuito que decidi candidatar.
Sentiu que era a pessoa indicada e que tinha as qualidades necessárias?
Eu senti primeiro que era o partido indicado. Segundo, que temos a equipa certa para fazer um bom trabalho. Isto nunca é um projeto de one man show, mas sim de um trabalho de equipa.
Relativamente à Linha de Leixões, acha importante? Sentiu que era uma necessidade?
Isso vem complementar tudo aquilo de importante que Matosinhos tem. Ter uma rede férrea que nos ligue a outros locais, a questão do metro, e indo depois para Leça, a questão do metro bus, que vai tudo interligar e comunicar umas com as outras. E depois termos uma rede de mobilidade suave, seja em bicicleta ou de outra forma. Isto tudo é importante que ligue umas com as outras, por isso eu considero extremamente importante a Linha de Leixões.
Falou se na ligação Leixões-Aeroporto por metro bus. Pode falar sobre isso?
O metro bus irá ligar o Aeroporto, passando por Leça, até o Mercado de Matosinhos, e depois vai ligar ao metro. E depois daí poder ir para quase todo o distrito, é de uma importância letal para Leça, para ter uma reposta de mobilidade mais rápida e transportes públicos de qualidade. O projeto está praticamente concluído, a ser trabalhado pelo vice-presidente, que tem a área da mobilidade, o Dr. Carlos Mouta, que tem muito esta noção de integração, para dar esta possibilidade à população de Leça da Palmeira, principalmente.
Há algum plano para a refinaria, que ainda esta a ser demolida?
O plano da refinaria está ainda a ser tratado e negociado entre Câmara, o Governo, CCDR e a Galp. O que nós entendemos e defendemos, para além de ser uma zona tecnológica, é que seja também um grande pulmão verde para Leça da Palmeira. Isso é o que eu defendo, e aquilo que a presidente da Câmara defende. Iremos continuar a fazer força para que esse masterplan chegue a bom porto, mas sirva os interesses da população e não interesses imobiliários.
Como está a situação da água na praia de Matosinhos?
Nós estamos à espera dos relatórios finais para percebermos o que está a acontecer. Aquela zona está a ser intervencionada e monitorizada por parte da Câmara, para perceber onde há essas infrações e perceber quem é que as comete. Precisamos muito da ajuda da Câmara do Porto também para fazer esse trabalho do lado deles. Em conjunto com a Câmara, a APA, a APDL, também perceber essa situação, e tentarmos unir esses estudos todos para depois tomar decisões.
Sente que é fundamental ouvir os matosinhenses? Usam as redes sociais para avaliar a satisfação das pessoas?
Nós usamos as redes sociais para percebermos situações pontuais que são precisas combater de imediato. Se existe uma publicação de um buraco na rua X, se estivermos atentos, vamos reagir. Era muito mais fácil se as pessoas e enviassem um email para a sua Junta de Freguesia, porque nos permitiria combater isso muito mais rápido.
Matosinhos vai ser Cidade Europeia do Desporto, isso pode ser benéfico?
Para Matosinhos é muito interessante. É um prémio para aquilo que tem sido a política desportiva da Câmara e da Matosinhos sport, em conjunto com todas as associações e atividades de Matosinhos. Milhares de jovens utilizam as nossas instalações desportivas e para eles é um prémio excelente. É extremamente importante para Matosinhos, uma região forte em termos de desporto.
“Há duas coisas que identificam esta equipa: humildade e empenho”
Que balanço faz do seu mandato?
Sou um eterno otimista e eterno descontente. Mudou-se muito neste mandato, toda a parte de gestão e organização, tudo isso foi alterado, temos uma resposta social tremenda. Apoiamos mais de 500 pessoas todos os meses com diversas valências a nível alimentar e não só. A cidade é dinâmica, a população é muito exigente e nós temos que estar constantemente a trabalhar, ativos, a inovar, a procurar as melhores respostas. Temos um presidente de Junta a tempo inteiro, mas os restantes membros do Executivo que não são assalariados da Junta, trabalham porque têm um amor muito grande a este território e uma dedicação muito grande.
E sente que cumpriu tudo o que prometeu ou desejou?
Tudo aquilo que nós propusemos no início do mandato está cumprido. Mas foi pouco àquilo que foi feito, porque depois quando chegamos conhecemos uma outra realidade, de quem está de frente para as coisas. Ao longo do mandato temos que fazer mais e coisas que nos foram propondo, que muitos fregueses nos foram dizendo, projetos que nos foram apresentando e que nós fomos utilizando e colocando em prática.
O que mais se orgulhou do seu mandato?
Há um projeto que para mim é extremamente querido, o das Vivências Seniores. Temos mais de 200 utentes maiores de 65 anos todos os dias a virem cá à Junta, terem mais de 13 atividades diferentes, sejam elas físicas ou culturais, onde tem uma psicóloga clínica, que os acompanha, avalia, treina e lhes dá capacitação psicológica para que tenham um envelhecimento mais saudável mais ativo e que basicamente se sintam felizes. É um projeto reconhecido fora de Matosinhos, a mim deixa-me extremamente orgulhoso e um sorriso muito grande.
Que projeção faz deste último ano de mandato?
Vamos continuar a trabalhar com um projeto sólido baseado em duas coisas: uma grande humildade para ouvir as pessoas e um grande empenho e dedicação para que todos os dias a estejamos a lutar por um território que nós amamos e queremos muito.
e podermos dizer que viver em Matosinhos e Leça é um privilégio para todos nós, porque é um excelente território, e a melhor União de Freguesia de todo o país.
Sente que falta algo em Matosinhos? Algo que possa fazer para melhorar?
Nós podemos fazer sempre tudo. Mas há questões, nomeadamente a mobilidade, ainda há um longo caminho a fazer-se, não só em Matosinhos. Era importante sermos pioneiros nessa área e começarmos a trilhar esse caminho. Este ano já estão a iniciar muitas obras e não é mais célere porque a contratação pública é extremamente complicada. As pessoas querem é que as coisas se resolvam e nós também. Este ano vai ser importante em termos daquilo que é manutenção do espaço público e questão das praias, é algo que nós temos que estar constantemente a verificar por tudo que se está a passar em Matosinhos.
Quais os seus planos para o futuro? Vai se recandidatar?
Estarei sempre disponível para o que o Partido Socialista entender, que eu seja útil. Se o PS entender que existe uma pessoa que neste momento defenda este território melhor do que eu, eu irei apoiar a 200% e seguirei o meu caminho, mas sempre com um sorriso nos lábios e um orgulho muito grande de ter estado nesta função.
Mas sente que tem essas capacidades ou feedback positivo no seu trabalho?
Confio bastante em mim nas minhas capacidades e nos meus defeitos também os conheço muito bem e, portanto, sim entendo que tenho capacidades para continuar a fazer mais e melhor.
“É um orgulho muito grande poder servir o território de Matosinhos e Leça, sinto-me um privilegiado poder fazer isto e deixar a minha marca”
Quer deixar uma mensagem aos matosinhenses e leceiros?
A mensagem é a que eu deixo todos os dias. É estar disponível para eles e continuarem a acreditar no nosso território, não nas redes sociais, mas nas pessoas simples e humildes que todos os dias palmilham estas ruas e estes passeios. Se no final do mandato, eu sentir que a nossa UF está um bocadinho melhor eu já fico satisfeito. Acho que estamos num bom caminho e tudo leva a querer que irei estar bastante satisfeito.





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