Entrevista à Casa Serrão
- Notícias de Matosinhos

- 12 de jun. de 2024
- 3 min de leitura
Na azáfama dos restaurantes da Rua Heróis de França, encontramos a Casa Serrão. Há 45 anos era um pequeno tasquinho nas mãos de Fernanda e do marido João. Há 13 anos Justiniano tomou conta do negócio dos pais, onde também trabalha com o seu filho Tiago. O NM esteve à conversa com Justiniano Serrão, proprietário do restaurante Casa Serrão, e conheceu o restaurante que passou de geração em geração.

Como é que entrou no mundo da restauração?
Quando deixei de jogar futebol os meus pais já tinham o restaurante. Já há 45 anos, houve a transição da casa onde eles habitam agora, que era um tasquinho, e até hoje esta casa deve ter 23 ou 24 anos. Mas não tinha intenções nenhumas de dar continuidade. Depois, com o tempo, vinha aqui aos fins de semana ajudar os meus pais, e partir daí acabei por ficar até hoje.
O que é que o motivou a continuar o trabalho dos seus pais durante tantos anos?
Foi mais para os meus pais terem o modo de vida deles, que isto da hotelaria é uma profissão bastante dura. Eu achei por bem dar continuidade ao trabalho e ao esforço dos meus pais durante tantos anos, esse foi um dos motivos que não abandonasse a hotelaria.
O que foi mudando aqui ao longo dos anos?
Em Matosinhos, há 20 anos, poucos restaurantes haviam. Abriram muitos restaurantes, a concorrência é grande, mas nós somos uma casa de referência. A mim ajuda muito o turismo. O Porto e Matosinhos, está cheio de turistas e acho que isso é mais uma qualidade que nos temos que aproveitar. Se não fosse o turismo, 80% dos restaurantes se calhar não existiam neste momento.
Como se mantêm competitivos com tantos restaurantes à volta?
É a qualidade do peixe. Depois a simpatia, atender bem os clientes, todos eles, não só o turista, acho que isso é que é essencial. A qualidade e o atendimento.
Qual é a especialidade da casa?
Tudo o que seja peixe. Sardinha é o principal prato. Depois temos os chocos, lulas, a caldeirada de peixe. Na nossa casa temos pessoas que vêm de Chaves comer a caldeirada de peixe. Temos uma massada de peixe também, própria da caldeira, é muito bom.
Trabalham muito as redes sociais, isso também é importante?
Sim, há 4 anos comecei a trabalhar as redes sociais. Hoje em dia nós temos que nos atualizar e acho que neste momento estamos bem encaminhados nesse sentido porque tenho uma pessoa, o Rui Barreira, que trata dessa situação toda, e acho que é uma mais-valia também.
Quais são as maiores dificuldades que enfrenta?
Todos os ramos estão a passar pelo mesmo problema, que é falta de mão de obra e eu não fujo à regra.
Acha que a restauração tem muita importância em Matosinhos?
Sim, eu acho que sim. Deveria haver mais estacionamento, porque há muitos restaurantes e pouco estacionamento, é a única coisa menos boa que tem.
Estamos a chegar à época das sardinhas. Tem planos para o São João?
Sardinha é o prato principal de qualquer restaurante em Matosinhos. É o dia que mais servimos, mas é o dia mais fácil de trabalhar. Tenho pelo menos mais 4 ou 5 pessoas, algumas de família, outras conhecidas, que vêm ajudar nesse dia. Só servimos sardinha, e depois temos umas febras e um entrecosto. Não temos mais nenhum peixe, é só sardinha nesse dia.
Tem alguns planos para o futuro?
Não tenho assim um plano já a pensar a longo prazo. É servir bem o cliente e manter a casa com o conhecimento que habituou sempre os clientes a ter. É esse o segredo, é bom peixe e servir bem.





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